sexta-feira, 30 de junho de 2017

As próximas paragens

Corre-se tão rápido para chegarmos à conclusão que as metas continuam tão longe de ser verdade. Vive-se tão depressa que às vezes esquece-mo-nos do que é viver. A nossa velocidade pode ser tanta e tão curta e encontrar o ritmo que nos faz começar realmente a viver é difícil. Mas encaixa-se, aprendendo a lidar com a caixa de velocidades. Aprendendo a lidar com as certezas que ganhamos em cada cem metros de vida. Com a coragem que se ganha por descobrir a vontade incessante de querer saber o que vem depois das curvas. O que nasce depois de termos nascido. O que nasce depois de descobrirmos a vontade que temos de sermos nós e felizes. De sermos sozinhos, juntos, acompanhados. O que vive depois de descobrirmos que o importante é que a solidão não nos faça solitários. Que o importante é sabermos que estarmos sozinhos não nos faz pequenos. Que estarmos sozinhos só amplia aquilo que podemos ser connosco e com alguém. No colo querido de quem nos ama ou num banco de jardim que nos faz mais leves e velozes.  Passamos demasiado tempo da nossa vida absortos daquilo que devíamos ser. Sem questionarmos as vontades e as razões que nos impõem. Demasiado tempo presos às roupas que amarram o que os outros queriam que fôssemos. Demasiado tempo em que o amanhã é sempre igual ao igual. E tem que chegar o tempo em que é preciso ter a certeza inequívoca que o amanhã existe para que melhores versões de nós e da vida possam renascer nos bocadinhos de esperança que vivem ansiosos por encontrar alguém que os agarre. Nos bocadinhos de esperança que vivem sem querer usurpar o que somos mas fazer de ti o que és. Corre-se tão depressa quando a vida precisa de uma meia-medida. De uma meia-velocidade, de curto para ser a longo prazo. Passamos demasiado tempo a sermos iguais ao que fomos. Tão pouco tempo em que somos o que somos. Descobrir o que afinal és, sempre esteve perto de ti. Talvez o encontres na próxima esquina. Talvez te tenhas esquecido de que às vezes corres tanto com o único desejo de ser melhor. Mas melhor em quê?! Talvez te lembres que só paras quando estás cansado. E que te lembres, devagarinho, para que possa ser rápido, que talvez se parares a cada cem metros da tua vida verás onde está a tua próxima paragem.

Lembra-te só de parares a cada cem metros da tua vida.

Hoje há festa no céu

 Hoje há banquete no céu, E os anjos batem palmas Rodopiando por entre as nuvens.   Hoje há banquete no céu, E a tua gargalhada ec...