terça-feira, 4 de junho de 2019

Mariana.

[Se tu me visses no céu.]

Cresceste pequenina. De coração dado às minhas mãos. Com o sorriso impetuosamente clamador de amor. Com a energia de uma bateria carregada de coisas boas. Nasceste de mim, de pequenina soube logo como seria o teu nome. Ainda sem te ver vi-te crescer. E aproximei o teu nome da graça do mar: impetuosamente infinito e belo. Desenhei-te antes de existirem as cores e, por isso, foste desabrochando num arco-íris cheio de pontas soltas. És o azul do mar. A espuma recheada de ar puro da matéria que és. A onda que vai e volta e nunca desiste. O oceano que carrega em si todas as coisas do mundo e mesmo assim nada numa independência gigante que faz de ti quem és. A velocidade da água que regula o seu caudal e que sabe esbordar quando a água é excedente.

Hoje que te olho sei-te tantas coisas bonitas. Se eu te visse no céu, pequenina, saberia logo dizer-te que é nas coisas bonitas que moram também as profundidades mais escuras. Que à tua maneira as transformas, a teu favor.

Se eu te visse a chegar aqui a cima... Falar-te-ia-a sobre tanta coisa.

A tua esperança, por exemplo. De tão pequenina viste-a morrer... De tão grande que foste que soubeste criá-la adornada de segredos luminosos para a combater.

A tua força. Que passou a ser a minha força para te ver sorrir. Se soubesses como és esplendorosamente bonita quando sorris.

A tua coragem. Que de ti brota sem dares conta da sua altitute. Da magnituda com que absorves os comprimento de onda necessários para ultrapassares cada frequência da tua vida.

A tua calma. Que acalenta quem te ouve em dias escuros. Que amacia a tua própria pele nos momentos em que nadas em tempestade.

A tua fúria. Que leva o mundo atrás se precisares. Que forma ondas gigantes capazes de travar o que te corre depressa demais.

A tua tristeza. Que te torna mais profunda e mais capaz. Que te faz conhecer os cavidades mais escuras que a infelicidade cria mas torna-te cada vez mais compreensiva com a sua verdade.

A tua luta. Que passa dentro de ti e que te adorna os cantos de lucidez e miragem. Que te faz ganhar o folego necessário para não desaprenderes a mergulhar.

Hoje que te olho sei que és especial.

Se te visse no céu, se te sentasses do meu lado, ficaria orgulhosamente grata por me continuares a saber encontrar. Se eu te visse no céu saberia desde logo que todos os dias encontras a esperança que tendenciosamente tende a cessar. Abraçaria a tua coragem numa mistura de tudo aquilo que te falei atrás. Sei que ganharíamos as duas amor. Sei que para sempre conheceríamos o significado daquilo que nasceu quando vieste ao mundo.

Menina. Pequenina. Tão grande.

Se te visse chegar ao céu tocava-te para saberes onde és especial...

...Ainda bem que sabes onde me encontrar.

1 comentário:

  1. Olá,
    Foi com emoção que li seu post. As palavras carregam tanto sentimento - amor, saudade, tristeza, esperança.
    Gostei muito de passar por aqui hoje.
    Um abraço,
    Sônia

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